Querido diário, preciso te dizer...
Muitas
vezes nós enxergamos as coisas de um jeito errado. Talvez porque no meio da aspiral a cabeça zonza não nos faça perceber os sinais que estão sendo emitidos lá fora.
A gente se isola. Na maioria das vezs, sem perceber.
E a
gente se isola pelas coisas mais bobas que falamos, pensamos e fazemos. Ou que os outros falam, pensam e fazem com a gente.
Será reflexo de nossa
infância de bullying? Talvez. Mas vem muito do exemplo dos adultos que conviveram a vida inteira conosco também. Eles vivem fugindo das coisas.
Eu sei, eu tbm sou assim. Eu nunca digo para as pessoas o que sofri na infância e na adolescência, porque minha memória seletiva prefere deixar pra trás. Não simplesmente esquecendo, mas entendendo que tudo isso serve para me podar o orgulho e saber aprender algo básico: baixar a bola, entender que foi um aprendizado e imediatamente voltar a vida com o mesmo ânimo de antes tentando acertar na próxima.
Mas as vezes a gente simplesmente trava antes de concluir a segunda etapa. Ninguém espera atitudes que te magoem, vindas de pessoas que você ama. Mesmo assim, a gente nunca lembra de uma lição básica: "Só se magoa quem tem um orgulho enorme. Quem é humilde não se afeta".
Em outros casos, a máscara da fera se pronuncia e a gente entra numa aspiral de violências mentais. Isso porque o orgulho nos faz pensar que nós podemos fazer 'justiça' a alguma pessoa, como se a gente tivesse cacife pra saber o que aquela criatura passou pra estar alí, naquele momento, compartilhando algo com a gente. Aliás, nós nunca saberemos o que está no coração e na mente das pessoas. Não julgue.
Já percebeu que somos crianças? Sabia que estamos todos ligados porque adoramos um playground?
Já percebeu que somos crianças? Sabia que estamos todos ligados porque adoramos um playground?
A gente se zanga com
qualquer criatura 'maior' que roube nosso pirulito ('maior' - na cabeça da gente que não ouve o complexo de inferioridade gritanto).
Por um lado, ser criança é ótimo. Porque na hora das brincadeiras somos as pessoas mais felizes do mundo! Mas na hora de enfrentar os nossos medos: paralisamos a nossa própria evolução.
Por um lado, ser criança é ótimo. Porque na hora das brincadeiras somos as pessoas mais felizes do mundo! Mas na hora de enfrentar os nossos medos: paralisamos a nossa própria evolução.
Esquecemos da bondade e do amor por entender que o "enfrentar" os desafios diários é fazer o
"muque" de lutador e se defender do que vier. Nem ouvimos o outro. Na verdade, tiramos constatações do que vivemos.
Se não ouvimos, você acha que vamos pelo menos conseguir entender o que eles realmente querem dizer?
Não. Mas antes que o outro termine de dizer alguma coisa, a nossa frase já está na ponta da língua denotando a auto-defesa.
Daí eu pergunto: Pra quê?
Pra quê, se o verdadeiro
sentido deste "enfrentar" é simplesmente não se deixar perder a
serenidade, a indulgência e a lucidez para entender que somos todos
doentes da alma e precisamos nos ajudar a evoluir?
Como falei a alguns amigos, na última sexta:
"Se for pra entrar em alguma roda, que seja na roda da bondade"
Só vamos começar a crescer quando começarmos a agir entendendo que tudo o que vem é uma grande oportunidade de praticar a bondade.